✒ (inter)ligação.

(foto retirada da internet)
Eles perderam-se enquanto se encontravam um no outro. A noite passava e com ela criavam-se memórias, as vozes penetravam a escuridão. A lua brilhava mais do que nunca mas os protagonistas desta noite eram eles. Nenhum dos dois eram uma estrela, não possuíam luz própria, mas não se importavam. A escuridão assentava bem neles como se deles fizesse parte. E fazia parte. As mentes dos dois fazia lembrar uma teia em que os fios se fundiam, algo que nunca acontecia na existência de nenhum dos dois. De tudo e de nada era feita a conversa. Por vezes o silêncio caía mas não ficava estranho. Era no silêncio que se sentiam confortáveis a partilhar sorrisos e olhares. Não precisavam de palavras para dizer tudo o que queriam porque nem sempre as palavras ajudam na comunicação, às vezes só atrapalham. 
Normalmente sente-se um formigueiro na barriga quando algo de extraordinário  e de diferente acontece, não é verdade? Aquela sensação de ansiedade e excitação que parece dominar o corpo inteiro, era suposto acontecer. Aquele momento era tão súbito, exorbitante, magnifico. No entanto, os seus corações estavam calmos, como se fosse o destino acontecer e aquele exato instante estivesse já escrito nas estrelas, preparado para ser precisamente assim. 
Como será o futuro? Isso não importa. O presente está a acontecer e nada mais podiam pedir do que sentir a alma um do outro a deambular pelo céu iluminado por estrelas que já morreram há imensos anos-luz. E, no final, mesmo sabendo que não são estrelas, ele e ela comparam-se aos corpos iluminados - já morreram há muito tempo mas nos olhos de quem os vê estão vivos. E, nos olhos de um, o outro é uma estrela, e vice-versa.

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