Esta foto foi tirada quando eu estava despercebida, mas para este post até dá jeito. No curiouscat deram-me a ideia de fazer um post sobre coisas que eu gosto, mas que sejam consideradas porcarias por outras pessoas e, sinceramente, achei muito interessante, obrigada anónimo que atende o meu desespero por ideias! Sei que já passou imenso tempo desde a sugestão, porém estava a tentar encontrar mais coisas... Só que não consegui além destes três:

1. soy luna.
Okay, este percebo que seja julgado só por ser mexicano e da Disney - drama adolescente, eu percebo! No entanto, na minha opinião, esta novela mexicana não é tão dramática como as outras, o que me deixa logo empulgada. Acontece vários plot twists e a personagem está quase a descobrir a sua identidade, mas há sempre pequenos contratempos que acontecem e há ali uma parte na segunda temporada que começa aborrecer... MAS o drama é doseado com música e outras coisas. Além de que incluiram um tema que não me lembro de ver em mais nenhuma série: patins. Devo admitir que me deixou com vontade de comprar uns; o problema é que depois tinha de fazer seguro de vida e não convém gastar muito dinheiro.

2. taylor swift. 
OKAY, ela namora com muitos rapazes, meio que fala de certas coisas más que houve na relação deles, MAS não nos podemos esquecer que todos os artistas usam a sua vida como inspiração. Ela também escreve músicas sobre as partes boas da relação, sobre amor. Falo por mim que falar sobre algo que me deixa triste é-me muito mais fácil do que escrever sobre felicidade, quando se trata sobre relações. Realmente não sei explicar o porquê, apenas acontece. Acho as músicas dela boas, Red é o meu álbum favorito porque é aquele som intermédio entre pop e country. 

3. after/fifty shades of grey.
Meti estes dois juntos porque acabaram por ter o mesmo efeito: ajudaram-me a aceitar, de certa forma, a minha sexualidade? Eu não sei explicar bem, sinceramente. Ajudaram-me a perceber que para além de ser virgem numa idade mais avançada que a maioria, estava tudo bem em querer explorar a nossa sexualidade. Eu era muito tímida e tinha medo sequer de falar sobre sexo porque ficava vermelha e achava que ia ser julgada por ser virgem. Depois de ler estas duas histórias fiquei muito "dane-se" para o que os outros pensam sobre a minha vida sexual, o que foi ótimo!
After foi uma das primeiras fanfics que li e a sua escrita é boa, já Fifty Shades of Grey tem uma escrita meia banal e simples. Na minha opinião, último livro e filme são os melhores porque o enredo em si se tornou melhor, o primeiro foi só para chocar com todo o BDSM - o que não entendi porquê, sinceramente, sendo que houve mais livros a falar do mesmo.

Não pensei em mais nenhuma coisa que pudesse acrescentar, sou má com listas! Espero que tenham gostado!


         Honestamente, ainda que se passe anos com depressão e/ou ansiedade, é difícil não continuar com certos traços que ganhamos com estas doenças. Isso acontece com tudo, na verdade. Cada coisa que nos marca, acaba por criar uma nova característica em nós, algo de diferente. Há dias que são melhores do que os outros, quando se fala disto. Há uns em que aceitas quem és e há outros que só queres desaparecer, os problemas nunca acabam, só atenuam um bocado. Ou talvez não:
         O problema da depressão nem é o facto de chorar sem razão: estou sempre a chorar, de felicidade ou tristeza, sou chorona, está no meu sangue - até ajuda a limpar os olhos e a alma. O problema é que eu nunca sei quando vou ter uma crise porque não me dá um aviso prévio para me poder preparar: apenas acontece. E acontece quando estou sozinha, ou quando estou com amigos, ou quando estou com o namorado. E aqui entra o problema a seguir.
O problema da ansiedade nem é a dor que se sente do coração a fechar e a esmagar-se contra as próprias costelas - tenho uma boa tolerância à dor. Há dias que consigo simplesmente deixar a dor de lado e focar-me em algo mais, há outros que a dor se torna o meu principal foco e não há como apagá-la. Ainda assim, aguenta-se. O pior é mesmo ter um ataque de ansiedade em frente a pessoas, familiares e/ou amigos, em que te fazem mil e uma perguntas na tentativa de ajudar, mas realmente só pioram. Consequentemente, tanto tu como eles se sentem impotentes por não poder confortar um ao outro. Tu estás habituado a que isso aconteça e tentas acalmar-te a ti mesmo, além de que tens de tentar acalmar a pessoa também porque te quer ajudar.
         O problema da ansiedade não acaba por ser o facto de ficar com as mãos suadas ou bater o pé, ou outros tiques nervosos. Com isso lido bem, tenho uma paciência grande, demasiado grande, por vezes. O pior é quando sentes que algo de mal vai acontecer a qualquer momento, ou que está já acontecer. Aquele pressentimento que não te deixa, mesmo depois de olhares à tua volta e veres as pessoas com quem te importas bem; aquela angústia que não dá para explicar porque, realmente, não tem explicação possível. 
         O problema da depressão nem é o facto de o vazio tomar conta de ti, acabaste por habituar ao facto de não sentires nada - incomoda às vezes porque a tua reação é inexistente, mas também ajuda em algumas situações sinceramente. O problema é quando estás num momento baixo, num possível início de uma possível crise, e tentas contrariar o teu depressivo cérebro para não criar mau ambiente, fazendo piadas sobre ti e sobre os teus problemas, e respondem-te "és tão depressiva" porque sabem que realmente és e começam a ter pena de mim.
         O problema da depressão nem é o facto de não conseguir fazer amigos. Pode ser um estorvo, em algumas situações. Contudo, eu sou um bocado seletiva com os meus amigos. Demoro a realmente confiar neles. O pior é quando tenho uma crise de depressão e ansiedade juntas, e me faz pensar que ninguém gosta de mim porque sou um fardo na vida deles e estou sempre cheia de problemas e a queixar-me de ter problemas.
         Sendo brutalmente honesta, às vezes, muito raramente, nem me incomoda o facto de ter as crises. A sensação do meu corpo e mente a desligarem-se já começou a ser algo que parece precisar para reabastecer as energias. É um breakdown necessário para o funcionamento normal do meu sistema. (Ou é assim que tento pensar, que depois da crise fica tudo melhor). O problema é quando as pessoas pensam que é só fita e estou apenas a exagerar, que o coração não dói e que devia ser menos dramática. 

         Há coisas que acabamos por dizer aos mais novos com todas as boas intenções possíveis. Queremos que eles cresçam a melhor versão deles mesmo e que não façam os mesmos erros que quem já viveu mais tempo. No entanto, acaba-se por criar contradições muito devastadoras num jovem adulto, num adolescente que só quer tentar perceber o que está a fazer. 
         Dizemos aos pequeninos para terem coragem mas esquecemo-nos que os grandes também têm medo de coisas que são ainda mais irracionais, como medo de amar ou medo de crescer. Só por serem medos ditos "estúpidos" porque acontecem após situações más, não quer dizer que não sejam reais. Aliás, tenho medo de aranhas e nem sei como ganhei esse medo, apenas o tenho. É pior do que o meu medo de me tornar uma adulta desinteressada pela opinião dos mais novos, de me tornar numa adulta que apenas sabe trabalhar e chegar a casa para reclamar, de me tornar numa adulta sedenta por criticar os mais novos pelas escolhas más que teimam em fazer? Não. Os medos são ambos reais, ambos válidos.
         Dizemos aos mais novos para continuar quando estão aprender a andar e caem, mas dizemos aos mais velhos que não vale a pena continuar e que desistam dos seus sonhos pois o necessário é ter um plano concreto. Aquele menino que adora dançar desistiu porque os pais diziam que as outras pessoas o iam gozar. Ou aquela menina que queria ser astrofísica desistiu porque não era trabalho para uma mulher, seja lá o que isso significa. Desiste-se de ser pintor, cantor, astronauta, compositor, enfermeiro ou escritor por causa de pressões e estereótipos da sociedade que não sabe nada além da sua bolha de conforto.
         Dizemos aos miúdos para não crescerem porque ser criança é bom e não precisam de crescer rápido; contudo, eles crescem e pede-se que decidam o seu futuro inteiro numa decisão que têm de tomar em meses. Passam de ter de pedir para ir à casa de banho a decidirem algo que acaba por definir o seu futuro - segundo os mais velhos. E quando se muda de rumo porque se sabe que não é aquilo que quer, é-se criticado. 
         Dizemos aos pequenos para terem ambição de lutarem pelo que querem mas aos mais velhos dizemos que irão falhar porque se sente inveja ou simplesmente é difícil. Dizemos aos mais novos para experimentarem vários tipos de legumes e frutas porque são diferentes e podem gostar, mas quando crescem dizemos que devem ter apenas um rumo, gostando ou não.
         Dizemos às crianças para continuarem a estudarem e nunca deixarem de aprender, mas quando se é adulto, se trabalha e se estuda, seja o que for, é visto como perda de tempo e "devias focar-te no teu trabalho". Não posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo? E se eu quiser tirar uma outra licenciatura? Um mestrado? Um doutoramento? É falta de tempo se eu investir na minha educação? Se eu quiser aprender línguas ou decidir querer estudar biologia quando não tenho qualquer contacto com ciências desde o 9º ano? Estava acabar de ver a série Genious quando uma frase muito gira foi dita por Einstein. Quando na cena final a menina lhe pergunta como ele tinha ficado tão inteligente, ele responde-lhe que apenas faz perguntas, só é curioso. E, assim, ele tornou-se um homem brilhante e único.
         Dizemos aos pequenos que a vida está cheia de monstros maus e que vão conseguir vencê-los, e a única motivação que se dá aos mais velhos é para crescerem e fazerem-se pessoas. Tens depressão? Sai mais que isso passa. Tens ansiedade? Dorme mais que isso passa. Tens OCD? Não sejas piquinhas, porra! Fazem-te bullying? No meu tempo também pegavam comigo e não me queixava. És assediad@? Não sejas fácil. "A vossa geração só se sabe queixar e reclamar de tudo, nunca fazem nada por vocês abaixo. Na minha época era mais difícil e aqui estamos nós."
         Dizemos aos mais novos para pararem de fazer perguntas porque são chatos, para pararem quietas porque estão a fazer barulho, para deixarem de ser crianças quando querem ser ouvidas, para deixarem de ser indecisas quando não escolhem, para não chorarem porque passa, para não interromper os adultos porque estão a ter conversas sérias. É chato ser criança, mas também é chato ser adulto.
Diz-se e muda-se o rumo da conversa quando devia continuar a mesma. Então sim, na próxima vez que eu disser que não quero crescer, não é uma referência a Peter Pan: é porque crescer tornou-se sinónimo de esquecer. 

✒ diz-se e muda-se.

by on abril 22, 2018
         Há coisas que acabamos por dizer aos mais novos com todas as boas intenções possíveis. Queremos que eles cresçam a melhor versão...
      Isto ainda é um tópico sensível para mim pois é algo que, se for dito em voz alta, as pessoas sentem pena instantaneamente. Não me interpretem mal, não estou a querer falar mal de quem faz isso, não é nada disso. É que sentirem pena de mim, ou de qualquer outra pessoa que passa pelo mesmo, não é o melhor, eu acho. 
      Sempre fui uma miúda muito calada e fechada. Tive vergonha de falar com as pessoas, era muito tímida. Lembro-me de os mais velhos falarem para mim e eu esconder-me para não ter de responder. Não conseguia fazer amigos facilmente como as outras crianças, responder às perguntas da professora era-me difícil. Só conseguia falar com quem já tinha confiança, e, ainda assim, era um pouco difícil. 
       Era e ainda sou introvertida, como disse no último post. Eu preciso de estar sozinha para recarregar baterias, não há outra maneira de o conseguir fazer. Passar muito tempo com um grupo de pessoas esgota-me facilmente; começo a ficar cansada mentalmente porque é demasiada interação pessoal ao mesmo tempo. 
        Assim, não era fácil ter amigos. Nunca foi fácil. Sempre sentia que incomodava se falasse com alguém que não conhecesse. Sentia-me a mais ao falar num grupo de pessoas. O meu coração batia muito forte, o meu corpo chegava a tremer. Ainda me acontece, por vezes. 
       Tudo começou no oitavo ano. Não entrando em muitos detalhes, vi-me sem amigos (ou achava eu que eram amigos). Na minha cabeça, eu estava sozinha. E, num momento em que estás a desenvolver, a criar ideias sobre o mundo, a perceber como tudo funciona, é complicado estar sozinha. Em casa, as coisas também não eram fácies. A diretora de turma obrigou-me a ir à psicóloga, o que ajudou bastante. Ainda assim, as coisas voltaram ao mesmo quando saí do básico e, por sua vez, saí do aconselhamento psicológico.
       As coisas continuaram turbulentas no secundário, ainda que tenha melhorado imenso. Comecei numa turma nova e percebi que EU tinha o poder de controlar se me afetavam ou não, de alguma forma. Ora, o facto de alguém me achar algo só me afeta se eu deixar. Vamos pensar no dia-a-dia: essa pessoa que disse isso conhece-me? Não. Então porque é que devo estar preocupada com o que Y disse sobre mim se não me conhece? Se fosse algum dos meus amigos a dizer isso aí sim, devia preocupar-me. Os de fora falam por falar e tendo a minha consciência tranquila, não me podem afetar.
       Foi na altura do secundário que também percebi, realmente, o que são relações tóxicas. Eu tinha uma pequena noção do que eram por causa dos filmes e assim, mas só por volta do 11º ano que percebi o que realmente era passar por uma coisa dessas. É desgastante, esgota qualquer energia que se tenha, qualquer sentimento positivo que se tenha, mexe-nos com a cabeça de tal forma que não nos apetece falar com mais ninguém, manipula ao ponto de achar que tenho culpa por algo que nem sequer fiz. Então piorou, tudo piorou nessa altura. A minha ansiedade e depressão chegaram a níveis que não tinham chegado antes: não conseguir estudar, sentimentos de culpa, cortar-me, desejar não ter nascido, foi um período intenso de emoções. Tudo isto porque queria ajudar alguém que não queria ajuda e não se importava comigo. Felizmente, percebi a tempo o que era e comecei a deixar a pessoa ir porque, como aquela frase cliché diz, "Às vezes aguentar dói mais do que deixar ir."
       O décimo segundo e o primeiro ano de universidade foram os que me mudaram imenso em termos de comportamento para com a vida. Comecei a sentir-me melhor comigo mesma, aceitar quem sou, aceitar que demoro mais do que os outros mas chego lá. As crises começaram a ser menos frequentes, apesar de serem mais intensas. A pressão de escolher o que queria seguir, ter notas suficientes para entrar na universidade, não entrar na primeira fase de candidaturas, não entrar na segunda, entrar na terceira e sentir-me um alien na turma porque já todos se conheciam, tirar a carta, perder o telemóvel, ir ao meu primeiro exame de recurso. Muitas coisas parecem pequenas em termos de significado e podem não parecer importantes, mas para mim foi tudo muito marcante e stressante.
       Agora é mais do mesmo, sinceramente. As crises são mais espaçadas mas intensas, ou há vezes que passo semanas a ser a pessoa que era antes, sem motivação, a querer acabar com tudo, a remoer sobre coisas que já nem posso mudar. Há dias que os ataques de ansiedade pioram e não sei explicar o porquê de isso acontecer. Há dias que está a correr tudo bem e apenas vou abaixo. Há dias que estou super bem e, no dia seguinte, acordo com o peso do mundo nos meus ombros. Há semanas produtivas, há semanas que quero desistir. Continua a ser uma mistura de emoções e sentimentos.
       Eu tentei medicação. Não funcionou comigo. Sinceramente, nem tentei trocar para outra porque eu não dou com medicação. Tinha medo de ficar dependente e não gosto de tomar comprimidos. Então tentei melhorar por mim mesma. Foi algo que precisava de fazer sem ajudas de terceiros, entendem? Foi necessário para mim mudar a minha perspetiva das coisas. E, desde então, muitas coisas boas aconteceram e é a isso a que me agarro quando estou desmotivada, ou até a coisas que fiz quando estava muito mal: tenho um grupo de amigos bons, escrevi um livro inteiro, fui a Sevilha, Bordeaux com o meu dinheiro, estou num part-time que requere falar com pessoas a todo o momento, consegui comprar roupa com o meu dinheiro, consegui comprar uma máquina fotográfica, estou a conseguir continuar com o blog, cheguei ao terceiro ano sem cadeiras para trás (esperemos que continue assim), tenho um namorado maravilhoso e compreensivo, tenho mais auto-confiança (ainda não estou totalmente no topo, mas vou chegar lá), estou a saber lidar melhor com as pessoas, tirei a carta, passei de caloira a doutora, tento ver a vida de uma forma mais positiva.
       Acho que depressão e ansiedade nunca passam por completo. Vão estar sempre pedaços disso dentro de nós. Eu pensava que tinha melhorado e afinal há dias que sinto-me como antes. Vai estar sempre presente, entendem? Não te definem mas acabam por fazer parte de nós, de uma maneira ou outra. O melhor é mesmo aprender a viver com isso e esperar que boas pessoas apareçam no teu caminho porque, honestamente, isso foi muito importante para mim. Não há nenhum truque secreto para lidar com isto. Então, respondendo ao título: não há uma maneira precisa de como lidar. Ou talvez haja e eu não a descobri ainda. A verdade é que o maior esforço tem de vir de ti porque não importa quantos psicólogos visites ou quanta medicação tomes, nada adianta se tu não quiseres. E não o digo da maneira mesquinha de "a culpa é tu", digo-o como "tu controlas porque o corpo e a mente são teus, só tens de aprender a fazê-lo, demore o tempo que demorar."


          Sempre me impressionou como eu consigo ser tão fechada e o meu irmão tão aberto com as pessoas. Ele é muito conversador, consegue fazer amigos facilmente; por outro lado, eu só falo quando sou puxada para a conversa e/ou se conheço bem a pessoa. A minha mãe sempre comentava "porque não és mais igual ao teu irmão?" porque eu nem bom dia dizia às pessoas porque era envergonhada. Eu não gostava e, muitas vezes, nem conseguia falar com as pessoas, mesmo que fosse só cumprimentar. Quando cresci percebi que as pessoas têm vários tipos de personalidade, e que não devia ter vergonha de ser como sou, porque é algo que me faz única.
           A grande diferença entre introvertid@s e extrovertid@s é que os primeiros não precisam de ter grande estimulação para se sentirem bem, enquanto que os últimos precisam de estar em contacto com as pessoas para se sentirem motivados e felizes.
          Ser introvertid@ não é odiar pessoas, é simplesmente precisar de estar mais sozinho do que rodeado. Sou introvertida, mas isso não significa que não goste de estar com pessoas - só que invés de ser sempre, prefiro de vez enquanto e, de preferência, com as pessoas com quem me dou.
É uma das razões de não sair muito à noite, canso-me de estar fora porque o ambiente não é o mais apropriado para mim, ainda que às vezes precise. Isso não quer dizer que eu não queira ser convidada para coisas e que não aceite sair - nada disso. Apenas significa que, por vezes, vou a eventos, mas saio mais cedo ou precise de me retrair um bocado daquele ambiente.
          Ser introvertid@ não significa odiar falar, apenas não se gosta de conversa fiada. "Então como estás?" O que é suposto dizer se não nos vimos à meio ano e és o vizinho da minha avó? Esta pergunta não faz sentido nenhum se não é para pessoas próximas porque acaba-se sempre por não dizer a verdade toda. "Estou bem." É a resposta automática, estando-se ou não bem. "Como está o teu irmão?" "Bem." E a pessoa fica a olhar para mim à espera que eu desenvolva a conversa quando só me fizeram essa pergunta. Que é suposto dizer? Fazer um relatório sobre os últimos 5 anos dele?
          Ser introvertid@ não é querer estar sozinho, é precisar, em certos momentos, de estar sozinho. As pessoas simplesmente não entendem a diferença entre querer e precisar. Independentemente de tudo, o ser humano sempre precisa de contacto pessoal, um dia ou outro. É claro que há dias que preciso de estar com os meus amigos e conviver com pessoas. Contudo, há outros que preciso de ficar dentro da minha cabeça para organizar as minhas ideias e para recarregar as energias.
           Ser introvertid@ não é ser antissocial, é ser seletivamente social. Este trocadilho encontrei por aqui na internet e gostei imenso. A minha mãe estava sempre a chamar-me de antissocial porque não saia de casa (agora quando saio reclama, enfim. mães). A questão é que antes não tinha pessoas a quem podia chamar realmente de amigos. Foi apenas a partir do secundário que eles apareceram. Pessoas que eram iguais a mim em vários aspetos, não sendo necessariamente introvertidos também. Aliás, pessoas que eu achava introvertidas são, na verdade, extrovertidas. E visse versa. Ser tímid@ não significa ser introvertid@, da mesma maneira que ser social não significa ser extrovertid@. É uma associação errada que a sociedade tem.
          Ser introvertid@ não é ser rude, é ser-se reservado e não confiar demasiado. Na praxe, só porque eu não falava muito, achavam que eu era rude e me achava melhor que os outros. Não. De todo. Eu apenas não tinha confiança suficiente para falar com as pessoas. Eu tinha medo de incomodar com os meus pensamentos aleatórios, tinha medo de dizer a coisa errada, tinha medo de causar uma má impressão. Acabei por causar na mesma.
          Ser introvertid@ não é ignorar as pessoas, é distrair-se facilmente porque estamos a pensar para nós próprios. De todo ignoro as pessoas. (Só às vezes, talvez.) O meu problema é estar muito no meu mundo a pensar em coisas e esqueço-me que estou em público e qualquer pessoa pode se dirigir a mim. Não tenho nenhum letreiro a dizer "Não incomodar." (Se bem que era melhor comprar um). Uso fones para dar a entender que estou a refletir e preciso de estar calada, mas há pessoas que não entendem isso e teimam em falar comigo na mesma e interromper o meu momento de introspeção.
          Ser introvertid@ não é ser passivo e não se impor, é pensar antes de falar. Além de que há pessoas que se expressam muito facilmente através da escrita, mas falham redondamente falar em pessoa. Uma dessas pessoas sou eu. Não consigo falar em pessoa porque me distraio com o nervosismo, com as palavras certas a dizer, com emoções. Cresce um nó na minha garganta que me trava a voz.
          Ser introvertid@ não é implicativo, é mais... um bom julgador de carácter. Isto não é de todo para bagar, por favor, entendam. Às vezes é um pouco incomodativo, para ser sincera. Ora, sendo que obvervamos muito e notamos em pequenos pormenores, aqueles bastante pequenos, torna-se um bocado fácil de perceber as pessoas. Não estou a dizer que os extrovertidos não o façam igualmente, mas demoram um pouco mais de tempo. E tudo bem nisso!
           Percebi imenso sobre mim depois de fazer um teste de personalidade. Teoricamente, há 16 personalidades que abrangem todas as características possíveis. Há os analistas, diplomatas, sentinelas e exploradores. Dentro desses 4, há mais 4 subpersonalidades, devidamente descritas. A minha é o Advogado, dentro dos diplomatas, ou seja, INFJ-T. Isso significa que sou introvertida, intuitiva, sentimentalista, judging (isto é, não se refere a julgar os outros mas sim ao facto de ser organizada, planear com antecedência), e turbulent (sensível ao stress e autoconsciente).
           Também podem fazer o vosso teste aqui. Este site é muito bom porque dá-vos uma boa visão de que personalidade são e, também, mostra-vos que outras celebridades têm o mesmo tipo de personalidade que vocês. Sou basicamente o Jon Snow e o Mandela.

Este silêncio ensurdecedor, a visão está turva da realidade, as pessoas perdem-se em si e nas outras agindo como se estivessem inteiras. Os corpos deambulam entre os deveres e as vontades. O organismo pede combustível feito de sonhos e satisfações, mas anda-se demasiado cansado para contribuir. Os gritos silenciosos rebentam tímpanos, queimam neurônios, quebram corações.
Quem sou eu? O que sou eu? Serei um bom ou mau ser humano? Existe boas ou más pessoas? Existe certo ou errado? Haverá uma definição concreta para o que quer que seja? 
Não sou um comboio com um caminho já tracejado. Não sou um GPS que pode dar as indicações certas. Não sou uma máquina com tudo programado. Tampouco sou o Google com todas as respostas. Não sou um objeto que, sem consideração pelos sentimentos, é utilizado. Quem sou eu, afinal?
Vozes ecoam na minha mente proferindo opiniões indesejadas e conceitos impróprios. A cabeça parece explodir com a fusão de pensamentos alheios. Quem sou eu? Quem são vocês que pensam ter o direito de me ditar? Sou uma democracia em que o coração e a mente lutam entre si pela razão. Alguém, um completo desconhecido. Pensa ter poder suficiente para instituir a ditadura em mim. Não. 
Perco-me por entre os perdidos. Irónico, ou talvez não. As certezas apenas crescem incertezas, criando uma mistura de ideias confusas dentro de mim. Só sei quem fui e não sei quem sou. Quem sou eu? Espero que o tempo me dite qualquer sussurro de uma resposta, alguém que ilumine esta cabeça apagada. 
Às vezes dá vontade de relativizar tudo. Não é bem uma vontade; é melhor usar a palavra "necessidade" para descrever o que sinto. Tenho uma necessidade de relativizar até o relativo, só para atenuar um pouco a dor de tanto tempo a sentir o peso do mundo nas minhas costas. Torna-se difícil quando a tua própria mente joga o jogo das adivinhas ou, até, aquele de somar cada vez mais pensamentos duvidosos para o que já é difícil manusear. Ainda assim, ela continua a criar ficções negadas mas que teimam em aparecer. 
Quem sou eu? Não sei. Sou um ser humano que tenta descobrir, tenta sobreviver, tenta continuar. Sou um ser humano que, no meio do tentar, espera conseguir.

✒ identidade anónima.

by on abril 11, 2018
Este silêncio ensurdecedor, a visão está turva da realidade, as pessoas perdem-se em si e nas outras agindo como se estivessem inteiras. ...
Este post é demasiado baseado na minha vida e talvez seja porque é muito monótoma. Desde pequena que tenho medo de andar de carro por causa de acidentes que já tive com os meus pais e de ver tantos malucos na estrada. Então, tirar a carta foi uma coisa esquisita para mim porque não me sentia pronta mas, ao mesmo tempo, estava descontraída. Já fez 2 anos que tirei a carta e devido ao vasto conhecimento adquirido, decidi partilhar 6 coisas que não me disseram antes de tirar a carta e que me fazia jeito saber.

1. Não vai fazer diferença nenhuma.
Sempre me disseram que quando tivesse a carta que ia querer sair imenso e que não ia parar em casa. Ora, isso até poderia ser verdade, mas visto que não tenho carro próprio, tanto me dá. Não me senti mais adulta por ter a carta, para ser sincera - exatamente porque poucas vezes podia conduzir. Os meus pais quiseram dar-me a carta para não ter de lhes pedir para me levarem a X lugar, no entanto, não tendo carro estou dependente deles na mesma. Senti ainda mais responsabilidades, o que pode ser bom e mau ao mesmo tempo. 

2. Tens de estar atent@ a ti e aos outros.
Quantas vezes ia bater se não tivesse a ver o que os outros "condutores" estavam a fazer... É realmente incrível o que acontece quando as pessoas tiram a carta no Chocapic.  É bastante irritante quando as pessoas não dão pisca a indicarem para onde vão ou quando fazem a rotunda por fora para ir para a segunda ou terceira saída. A melhor, mesmo, é quando ultrapassam ou querem mudar para outra faixa de rodagem e não avisam com antecedência, ou seja, tenho de travar rápido para não causar acidente. E quando não ligam os médios com mau tempo? Ou quando não sabem conduzir com mau tempo? A-d-o-r-o.

3. É IMPORTANTE saber mudar um pneu e outros tipos de manutenção.
Não consigo sublinhar isto o suficiente: é importante SIM saber mudar um pneu ou preencher uma declaração amigável. Caso algo vos aconteça, não têm de andar a pedir ajuda aos vossos pais - o que iria deixá-los preocupados.

4. Passas a ser motorista e moç@ de recados.
Não é preciso dizer muito. Agora sirvo de moça de recados, ter de ir buscar X ou Y porque a minha mãe se esqueceu ou buscar o R porque não tem carta e não tem como ir para o mesmo sítio que eu. (Também tenho de pedir boleia às vezes porque não tenho carro próprio...)

5. Não é o fim do mundo se reprovar.
Falo isto porque em ambos dias que fiz o exame de condução e exame escrito correram-me mal. Contudo, passei nos exames. Mesmo que não passasse, é claro que iria ser mau e chato para mim e para os meus pais mas há sempre a possibilidade de voltar a tentar e melhorar naquilo que erraste. Se eu consegui, vocês também conseguem!

6. És automaticamente ric@.
Basta tirares a carta que já te consideram rica, se tens carro próprio ainda mais rica és. Tantas vezes que assumiram logo que tenho carro só porque tenho carta e isso deixa-me muito confusa porque um não equivale a outro mas as pessoas teimam em mantê-los de mãos dadas. Depois vêm dizer-me "Então? Tens carta e andas de autocarro?"...  ...   ....    ......    ....  Talvez seja porque não tenho carro? E se tivesse? Não tens nada a ver com isso?

Se gostarem deste post talvez consiga fazer um dedicado a dicas para conseguirem passar no código? Não tenho muito a dizer mas talvez ajude alguns de vocês.

E finge tão bem, que chega a fingir que é dor.
E a dor dói por ser sentida e por ser pensada,
dói a alma, doi o coração.
O que é da vida sem um pedaço de alegria
ou um pedaço de tristeza?
Simples seria se estável fosse.
Que piada tinha se não fosse uma montanha russa?
Não é viver se não existe ambos lados,
o bom e o mau, o pior e o melhor.
Da mesma maneira que um
não dura para sempre,
o outro também não.
Demora a entender, demora a processar.
É normal, porque o tempo demora a passar.
Uns dias vão parecer longos,
de tanta dor acumulada.
Outros vão parecer curtos,
de tanta alegria passada.
E assim a vida se estica
com caminhos de pedras
ou daqueles com pétalas de girassol.
Não se pode controlar um,
nem o outro.
É uma coisa que se aprende a lidar,
ou talvez não.
Porque a vida é mesmo assim,
uma mistura de talvez(es) e porquês,
um tirbulhão de sins e nãos,
é uma confusão confusa,
uma forma de aprender.
Não há nada a fazer,
a não ser ir com o mar e flutuar
ou deixar afogar depois de tanto lutar.
O importante é
não desistir mesmo que seja melhor,
não fugir mesmo que seja fácil.
O importante é 
continuar e tentar, 
porque basta um tentar para conseguir.